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Prodígio luso do piano dá concerto sábado, em Caminha, na companhia de 70 músicos

2018-07-05
Chama-se Francisco Martins, tem 24 anos, é pianista e acaba de ser admitido naquele que é um dos mais prestigiados conservatórios do mundo, a Guildhall School of Music & Drama em Londres. Por lá passaram nomes bem mediáticos da música, como a cantora Dido, conhecida por canções como "Here With Me", "Thank You" e "White Flag", e da representação, como é o caso do ator Daniel Craig, que interpreta o papel de James Bond desde 2006. O jovem vianense atua este sábado, dia 7 de julho,  com 70 músicos da Banda Musical de Monção e sob a direção do maestro espanhol José Vicente Simeó, na Praça Colouste Gulbenkiam, em Caminha.
A iniciativa decorre no âmbito do projeto "Sente a História – Ação Promocional de Música & Património – Novas Abordagens, Novos Talentos” que, até julho de 2019, vai realizar 30 concertos em 30 locais históricos do Alto Minho, envolvendo mais de 1500 músicos e 10 municípios. 
Francisco Martins no piano, João Valinho no clarinete e os músicos da Banda Musical de Monção, dirigidos pelo maestro espanhol José Vicente Simeó, vão interpretar, entre outros, aquele que é um dos ícones da música do século XX,  a Rhapsody In Blue de George Gershwin.

Sobre o "Sente a História”
O programa cultural "Sente a História – Ação Promocional de Música e Património – Novas Abordagens, Novos Talentos” apresenta características inéditas no país. Centrado na capacitação, valorização e no desenvolvimento de competências de diferentes gerações de músicos locais, bem como na criação de novos talentos, o programa decorre de 13 maio de 2018 a 20 de julho de 2019 e envolve os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.
As bandas filarmónicas, com os novos maestros a garantirem o rejuvenescimento desta arte na sequência das ações de capacitação deste programa, vão atuar em contexto de concerto com interpretações surpreendentes com jazz, rock, hard rock, metal, fado, música barroca, popular ou erudita, em formato acústico ou com o som amplificado.
No que diz respeito aos coros, vai estar também patente o cruzamento da tradição com a inovação. Exemplo disso é o facto de o cantor popular repentista Augusto "Canário” ter escrito as letras das canções que vão invocar as lendas da região. Em paralelo, seis compositores de referência do jazz à música erudita (Afonso Alves, Eurico Carrapatoso, Carlos Azevedo, Fernando Lapa, Mário Laginha e Telmo Marques) compuseram sobre as palavras do sentir tradicional, 10 peças corais polifónicas dedicadas a uma lenda de cada Município e, ainda, um Hino do Alto Minho. Vozes de todos os coros da região vão fundir-se no Coro Intermunicipal do Alto Minho, num gran finale a encerrar o projeto em julho de 2019, onde interpretarão todas as canções das lendas e o Hino do Alto Minho.
De modo a fomentar os tesouros patrimoniais do Alto Minho, os dias em que ocorrerem os concertos serão também de património aberto, ocorrendo ainda visitas e tours guiados.   Os horários das aberturas e os locais de interesse a visitar serão divulgados em www.senteahistoria.com, app e nas redes sociais da iniciativa. Em simultâneo irá decorrer um passatempo onde os visitantes poderão registar fotografias suas, tiradas nessas visitas e concertos, habilitando-se a ganhar vouchers para desfrutar em restaurantes da região.
A iniciativa é organizada pela CIM Alto Minho, produzida pela Eventos David Martins e cofinanciada pelo Norte2020 – Programa Operacional Regional do Norte e encontra-se integrada no Ano Europeu do Património Cultural em Portugal.

Sobre Francisco Martins (Piano)
Francisco Martins nasceu em 1994 em Viana do Castelo, onde iniciou os seus estudos musicais, na Academia de Música de Viana do Castelo. Enquanto estudante da academia foi premiado em competições de piano a nível nacional e ibérico, e aos 17 anos estreou-se como solista com a Orquestra da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, no Teatro Sá de Miranda.
O pianista vianense foi recentemente admitido na Guildhall School of Music & Drama, em Londres, um dos mais prestigiosos conservatórios do mundo, onde estudaram músicos como Jacqueline du Pré, Anne Sofie von Otter, Dave Holland, Sir George Martin e Dido, e atores como Daniel Craig, Orlando Bloom, Jude Law, e Ewan McGregor, entre outros. Nesta instituição frequentará o Guildhall Artist Masters Programme e obterá os títulos de Master of Music e Master of Performance.
Atualmente estuda em Madrid, no Centro Superior Katarina Gurska, com pianistas de renome internacional como Javier Negrín, Andrey Yaroshinsky, e Nino Kereselidze. É também licenciado em Música pela Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde estudou com Luísa Tender, e terminou a unidade curricular de Piano com 19 valores.
Em Portugal, participou em masterclasses de pianistas conceituados do panorama nacional, entre os quais Pedro Burmester, Olga Prats, Álvaro Teixeira Lopes, Luís Pipa, Maria José Souza Guedes, e Constantin Sandu.

Sobre João Valinho (Clarinete)
João Valinho nasceu em Setúbal no ano 1997, iniciando os seus estudos musicais em clarinete aos 10 anos com o professor David Pinheiro na Escola de Música da Banda Musical de Monção, e ingressando mais tarde no 1º ano do grau médio do Conservatório Profissional de Música de Vigo com a melhor classificação entre os concorrentes na prova de acesso. Aí finaliza os seus primeiros estudos oficiais onde lhe é atribuído o "Premio fim de grau” na especialidade de clarinete. Posteriormente expande os estudos no Conservatório Superior de Música de Vigo com o professor Astério Leiva, entre outros.
Realizou masterclasses com Phillipe Berrod, Hedwig Swimberghe, Valerii Althukov, Nuno Pinto, Ognjen Popovic, Dominique Vidal, Rimvydas Savickas, Justo Sanz, Carlos Alves, Luís Carvalho, Luís Gomes, Pablo Fernandez e Máximo Mazzone.
Fez um curso de Jazz com o professor Philippe Leloup.
Foi também selecionado para o estágio "Buffet Crampon Wind Orchestra” em 2016 com o maestro António Saiote e recentemente realizou um curso de direção musical com o maestro Afonso Alves.
Atualmente colabora com a Orquestra Clássica de Vigo e em seus grupos de música de câmara como clarinetista tendo tocado na Faculdade de Geografia e História de Santiago de Compostela, no auditório García Barbón, auditório Mar de Vigo, entre outros. É também solista da Banda Musical de Monção e prossegue os seus estudos no Conservatório Superior de Música de Vigo.

Sobre José Vicente Simeó (Maestro)
José Vicente Simeó nasceu em Llíria (Valência), onde iniciou os seus estudos musicais com Pablo Sánchez Torella na União Musical de Llíria, em trompete. Aí finaliza os seus primeiros estudos, ampliando-os no Conservatório Superior de Música de Valência, onde atinge o grau médio com a classificação de excelente, com Vicente Prats.
Aos 15 anos ingressa na Banda Municipal de Castellón como Fliscorno solista. No ano seguinte obtém o 1º prémio no "Concurso Nacional para jóvenes intérpretes”, celebrado em Valencia, e ingressa na Orquestra Sinfónica do Conservatório Superior de Música de Valência. Com 17 anos ingressa na Armada como Sub-oficial Músico.
Atua como concertista no programa de Rádio T.V.E. "El mundo de la música”, acompanhado da Orquestra da R.T.V.E. Finaliza o curso de Professor Superior de Trompete em Madrid com José Ortí, com a classificação de Excelente. Aos 20 anos, por concurso, ingressa no Conservatório Superior de Música de Vigo.
Foi solista convidado de varias Orquestras Sinfónicas (Galícia, Valência, Astúrias, Bilbau…). Como professor lecionou cursos de Vento Metal nos Conservatórios Superiores da Coruña, Ourense, Lugo, Alcañiz, Murcia, entre outros.
Realizou cursos de aperfeiçoamento com Jan Cober, Bernardo Adam Ferrero, Rafael Sanz, Leopoldo Vidal, Guy Touvron, Jose Vicente Egea, J. Ortí, Pierre Thibaud, Hakan Handerberguer, E. Rioja, Jim Litterford, Spanish Brass, entre outros.
Foi professor de trompete e música de câmara na Fundação Átrio da Música de Viana do Castelo, durante 10 anos, e no Conservatório Superior de Alicante.
Como compositor, tem composto diversas obras para ensemble de metais, banda sinfónica e concertos para trompete e piano, ventos, etc. Alguns deles estão gravados em vários discos no Japão e noutros países, pelo seu filho, Rubén Simeó, trompetista.
Dirigiu diversas filarmónicas, destacando-se: a Banda Municipal de Ourense, a Banda de Tui, a Agrupación Musical do Rosal, a Banda Sinfónica de Alacuás (Valencia), nas quais gravou 10 discos e ganhou vários prémios em certames e concursos. Atualmente é maestro da Banda Musical de Monção (desde o ano 2003), compositor e professor superior de trompete e música de câmara no Conservatório Superior de Música de Castellón.

Sobre a Banda Musical de Monção
O registo mais antigo que se conhece está inscrito numa ata da Santa Casa da Misericórdia de Monção, de 25 de fevereiro de 1792, e nessa época, era conhecida por Banda de Muzica da Vila presumindo-se, contudo, que a sua existência seja ainda anterior.
Em 1792, Gonzallo José de Moiños, de nacionalidade espanhola, foi o primeiro maestro. Em 1830, já a Banda abrilhantava festividades sendo maestro o abade D. Lourenço, também, de nacionalidade espanhola e capelão do Palácio da Brejoeira. A Filarmónica era constituída por 15 músicos. De maestro em maestro, quer formados em Monção, quer outros contratados, civis e militares, chegou-se ao ano de 1918. Em 1890, foi feita a primeira fotografia da Banda da qual já faziam parte 20 músicos.
Em 1918, passou a chamar-se Banda dos Bombeiros Voluntários de Monção, por deliberação da Direção.
No ano de 1933, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Monção deliberou, em reunião do executivo, outorgar-lhe o titulo honorífico de Banda Municipal de Monção, pelos brilhantes serviços prestados à cultura.
Em 1945, participam na inauguração do Estádio de Futebol do Riazor, na Corunha (Espanha).
Em 1969, por força de lei foram elaborados os seus primeiros estatutos e inscreveram-se os primeiros 120 sócios fundadores, passando a chamar-se Banda Musical de Monção, titulo que mantém.
Em 1970, década 70/80, gravou diversos discos (Maestro Miguel de Oliveira).
Em 1971, classificou-se em 3º lugar no Concurso de Bandas Civis de 1ª Categoria (Palácio Cristal/ Porto).
Em 1980, a Câmara Municipal de Monção, em sessão pública, outorgou-lhe a medalha de ouro do Município pelos seus mais de 150 anos ao serviço da Cultura.
Em 1984, gravou a sua 1ª cassete (Maestro Viriato Araújo).
Em 1996, classificou-se em 3º lugar na participação na RTP2, programa "À Volta do Coreto”.
Em 1998, pela declaração n.º 134/98 e nos termos do Decreto-lei nº 460/77, foi declarada pelo governo Instituição de Utilidade Pública.
Em 2005, dá a gravação do primeiro CD (Maestro Prof. José Vicente).
Em 2006, dirigida pelo maestro José Vicente Simeó, a Banda Musical de Monção foi vencedora do Concurso de Bandas Filarmónicas da Cidade de Aveiro. Em 2009, gravam o CD "Contrastes Sinfónicos” (Maestro Prof. José Vicente).
De 1792 a 2014, conhecem-se 23 maestros, destacando-se entre outros: Gonzallo José de Moiños (1792), abade D. Lourenço (1830), Miguel Maria Pereira (1880), Sargento Músico, Luís José Gonçalves (Mestre Luís – 1897 a 1928), Sargento Músico Sebastião José Passos (1928 a 1952), Oscar Ferreira, Luis Lourenço, Sargento Músico Manuel Ferreira Pais, Miguel António Peixoto de Oliveira (1964 a 1983), Manuel Silva Lourenço (1983), Sargento Chefe Viriato Carneiro Araújo (1983 a 1986), Sargento Chefe Domingos José Campos Cardoso (1986 a 2003) e, atualmente, professor Dr. José Vicente Simeó Mañez (desde 2003), este, de nacionalidade espanhola.
A Banda Musical de Monção, através dos tempos, participou em milhares de festividades e em todo o tipo de eventos culturais tais como: romarias, procissões, concertos, encontros de Bandas, concursos, geminações de municípios, gravações, receções oficiais, homenagens e atos solenes.
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