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Melgaço recebe domingo concerto histórico com banda com 139 anos

2019-03-01

A Sociedade Musical de Arcos de Valdevez, mais conhecida por Banda Arcuense, é considerada por vários músicos nacionais e internacionais como uma "joia preciosa”, tendo já arrecadado várias distinções, prémios e menções honrosas. Em atividade desde 1880, conta atualmente com 65 músicos que se preparam para atuar, já este domingo, dia 3 de março, às 16h00, na Igreja do Convento das Carvalhiças, em Melgaço. Antes do concerto realiza-se a visita guiada e animada ao Convento das Carvalhiças, que foi construído ao longo do século XVIII e habitado pelos Franciscanos Capuchos.

O decreto de 1834 de Joaquim António de Aguiar, o então ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Fazenda – que declarava extintos "todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares", sendo os seus bens secularizados e incorporados na Fazenda Nacional – ditou o fim do convento. Ainda foi transferido para a Ordem Terceira e depois para a Misericórdia, mas nunca mais albergou clérigos e entrou em estado de abandono. Devido a esta postura anticlerical, Joaquim António de Aguiar ficou conhecido como "o mata frades”. 

Na visita guiada, um Franciscano Capucho vai receber os visitantes e invocar as memórias dos tempos áureos do convento.

O evento acontece no âmbito do projeto Sente a História, iniciativa que decorre até julho de 2019 e que está a realizar 30 concertos em 30 locais históricos do Alto Minho, envolvendo mais de 1500 músicos e 10 municípios. Este é já o décimo nono concerto da iniciativa.

Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, o projeto contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos. O concerto e a visita têm entrada gratuita.

*Sobre a Banda Arcuense
A "Banda Arcuense" foi fundada a 1 de dezembro de 1880 e iniciou a sua atividade sob a regência de João Rodrigues, conhecido por "Maestro Cristina”.

No dia 30 de dezembro de 1974 foi formada a Sociedade Musical de Arcos de Valdevez com o intuito de proporcionar a instrução musical, cultural e recreio aos seus sócios e familiares, e onde foi inserida a "Banda Arcuense" que, já nessa altura e fruto do prestígio que foi granjeando, era conhecida como a "Banda de Arcos de Valdevez”, situação que se mantém até aos dias de hoje. 

Sendo uma das mais conceituadas Bandas do país, a "Banda de Arcos de Valdevez” atingiu este patamar graças aos vários maestros e direções que ao longo do tempo por lá passaram e deram muito de si em prol da Cultura e do Concelho. Pela direção artística passaram grandes nomes do meio musical entre os quais o Maestro Cristina, Alves Amorim, Idílio Nunes, Avelino Ramos e, atualmente, Gil Magalhães.

A Sociedade Musical de Arcos de Valdevez, tem também uma Escola de Música que garante a formação permanente de crianças e jovens do concelho e concelhos vizinhos, bem como a renovação da própria Banda. Tem ao seu serviço vários professores dos vários instrumentos.

Em 2006, a Banda participou na gravação de um CD com temas originais de Afonso Alves, promovido pela empresa Cardoso & Conceição, numa publicação da Molennar Editions (Holanda).

No mês de março de 2007, realizou-se em Arcos de Valdevez um Curso de Direção organizado pela Cardoso & Conceição, que contou com a participação do maestro e professor António Saiote, uma das figuras de maior prestígio internacional do mundo musical português. 

No mês de novembro deste mesmo ano, a Banda de Arcos de Valdevez participou no I Festival de Bandas no Europarque, em Santa Maria da Feira, tendo sido, fervorosamente, elogiada.

A Banda de Arcos de Valdevez participou ainda, no grandioso Festival do Clarinete, "Clarinefest”, organizado pela Associação Internacional do Clarinete e que decorreu na Casa da Música, no mês de Agosto de 2009. Sob a direção do Maestro Idílio Nunes, a Banda subiu ao palco da Sala Suggia e acompanhou os prestigiados solistas Cristelle Pochet, Emilie Pinel e Philippe Cuper.

Em parceria com o Município, a Banda realizou, em fevereiro de 2010, um concerto de beneficência de apoio à tragédia no Haiti, tendo sido angariada uma importante quantia que, posteriormente, foi transferida para a Assistência Médica Internacional (AMI).

No dia 25 de novembro de 2012 e já sob a regência do maestro Gil Magalhães, a Banda volta ao Europarque para participar no II Ciclo Do Festival de Bandas "A Filarmonia ao mais Alto Nível", sendo uma das poucas Bandas a ter a honra de marcar presença por duas vezes neste evento, e onde uma vez mais, foi muito elogiada.
No mês de novembro de 2013, a Banda grava um CD/DVD ao Vivo no Auditório Municipal de Paredes de Coura.

Conquistou o 1º Prémio no III Concurso Internacional de Bandas Filarmónicas de Braga em novembro de 2016.

Participou, como Banda Convidada, no Festival Internacional de saxofone realizado em Braga em maio de 2015. Sob a direção do maestro Gil Magalhães, a Banda subiu ao palco do Auditório do Conservatório Calouste Gulbenkian acompanhando os solistas Jerôme Laran, Philippe Portejoie, Pedro Silva, Romeu Costa e Luís Ribeiro.

A Banda atualmente é composta por cerca de 65 músicos que interpretam um vasto e variado repertório, especialmente para animar festas e romarias, e dispõe de um instrumental totalmente renovado. A Banda dispõe igualmente de um coral de música sacra que apoia o culto religioso. É importante sublinhar ainda, a existência de uma miniorquestra ligeira, cuja atividade é apoiada pela Câmara Municipal de Arcos de Valdevez. Atualmente, a Banda é dirigida pelo maestro e Professor Gil Magalhães.

*Sobre o Maestro Gil Magalhães
Gil Magalhães nasceu no Porto em 1974, tendo iniciado os estudos musicais com o seu pai, José Magalhães, aos 9 anos. Optou pela flauta transversal aos 13 anos, ingressando no Conservatório de Música do Porto e concluindo três anos mais tarde o curso de flauta na classe do professor Olavo Barros. 

Prosseguiu os seus estudos e frequentou Masterclasses com Wendy Quilan, Sabina Laurain, Aurele Nicolet, Felix Renggli, entre outros. Licenciado em Flauta Transversal na classe do professor Eduardo Lucena, na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, concluiu a sua licenciatura com elevada classificação. 

Atualmente, no âmbito do curso de investigação conducente ao grau de Doutor em Performance Musical na Universidade de Aveiro, prepara a sua dissertação de tese de Doutoramento. 

Vencedor nas edições de 1988 e 1990 do 1ºPrémio Regional nos concursos da "Juventude Musical Portuguesa”, obteve também o 1º lugar nos concursos para a "Orquestra Sinfónica da Juventude Luso Francesa”, "Orquestra Portuguesa da Juventude”, "Orquestra Sinfónica das Escolas de Música” e "Orquestra Regional do Norte”. 

Foi flautista convidado na "RÉGIE SINFONIA” – Orquestra do Porto, tendo colaborado com outras formações orquestrais e camerísticas. De 1993 até 2004 foi flautista da Orquestra do Norte, 1ª flauta solista "A” desde 1998, na qual realizou, durante este período, mais de 1000 concertos em Portugal, Espanha e França, tendo realizado vários concertos como solista. Trabalhou, entre outros, com os maestros Kristof Penderecky, Enrique Bátiz, Leo Brower, Roland Mélia, James Tuglle, e com intérpretes como Patricia Kopachinskaya, Eduardo Isaac, Duo Assad, Michel Lethiec, José Carreras, Andrea Bocelli e Scorpions. 

Participou na gravação de emissões para a RTP, SIC, Antena 2, bem como na diversa discografia da Orquestra do Norte. Em 2003 recebeu o convite do Maestro Enrique Batiz para, na qualidade de Flautista Co principal, integrar a Orquestra Sinfónica do Estado do México, na temporada 2004. Desde 2006, juntamente com o guitarrista Carlos Lima, forma o "ExpressOriente Duo", projeto dedicado à música contemporânea e novas sonoridades. 

É desde 2008 1º Flauta da Orquestra da Universidade do Minho. De 1993 a 2004 foi Maestro/Diretor Artístico da Banda de Música de Sabrosa. De 2004 a 2012 foi Maestro/Diretor Artístico da Sociedade Artística - Banda de Música de Vale de Cambra. 

Teve o privilégio de dirigir solistas de prestígio como Maxence Larrieu, Michel Bellavance, Jean Louis Beaumadier, Wendela van Swol, Celso Voltzenlogel, Rogerio Zerlotti Wolf, Jérôme Laran, Philippe Portejoie, Artur Caldeira, entre outros. 

Atualmente, Gil Magalhães, é Professor Convidado Equiparado a Auxiliar no Departamento de Música da Universidade do Minho, no Conservatório de Música de Guimarães, e Maestro/Diretor Artístico da Banda de Música da Sociedade Musical de Arcos de Valdevez. É, desde 2016, Sankyo Flute Artist.

Sobre o "Sente a História”
O programa cultural "Sente a História – Ação Promocional de Música e Património – Novas Abordagens, Novos Talentos” apresenta características inéditas no país. Centrado na capacitação, valorização e no desenvolvimento de competências de diferentes gerações de músicos locais, bem como na criação de novos talentos, o programa decorre de 13 maio de 2018 a 20 de julho de 2019 e envolve os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.

Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.
As bandas filarmónicas, com os novos maestros a garantirem o rejuvenescimento desta arte na sequência das ações de capacitação deste programa, vão atuar em contexto de concerto com interpretações surpreendentes com jazz, rock, fado, música barroca, popular ou erudita, em formato acústico ou com o som amplificado.

No que diz respeito aos coros, vai estar também patente o cruzamento da tradição com a inovação. Exemplo disso é o facto de o cantor popular repentista Augusto "Canário” ter escrito as letras das canções que vão invocar as lendas da região. Em paralelo, seis compositores de referência do jazz à música erudita (Afonso Alves, Eurico Carrapatoso, Carlos Azevedo, Fernando Lapa, Mário Laginha e Telmo Marques) compuseram sobre as palavras do sentir tradicional, 10 peças corais polifónicas dedicadas a uma lenda de cada município e, ainda, um Hino do Alto Minho. Vozes de todos os coros da região vão fundir-se no Coro Intermunicipal do Alto Minho, num gran finale a encerrar o projeto em julho de 2019, onde interpretarão todas as canções das lendas e o Hino do Alto Minho.

De modo a fomentar os tesouros patrimoniais do Alto Minho, os dias em que ocorrerem os concertos serão também de património aberto, ocorrendo ainda visitas e tours guiados.   Os horários das aberturas e os locais de interesse a visitar serão divulgados em www.senteahistoria.com, app e nas redes sociais da iniciativa. Em simultâneo irá decorrer um passatempo onde os visitantes poderão registar fotografias suas, tiradas nessas visitas e concertos, habilitando-se a ganhar vouchers para desfrutar em restaurantes da região.

A iniciativa é organizada pela CIM Alto Minho, produzida pela Eventos David Martins e cofinanciada pelo Norte2020 – Programa Operacional Regional do Norte.
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