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CIM Alto Minho comemorou Dia Mundial do Ambiente com ação piloto de sensibilização junto da comunidade escolar

2019-06-05

A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) assinalou hoje, dia 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente, promovendo a ação piloto "ECO Alto Minho”, orientada para a sensibilização da comunidade escolar sobre o fenómeno das alterações climáticas e as paisagens e valores ecológicos do Alto Minho.
Inspirada, de alguma forma, na célebre máxima atribuída a Woody Allen "Interessa-me o futuro porque é o lugar onde vou passar o resto da minha vida”, a efeméride procurou fomentar o despertar de consciências, o partilhar de responsabilidades, a mudança de comportamentos e o incremento de medidas promotoras da sustentabilidade ambiental e de valorização do nosso território.
Uma exposição, uma instalação artística, um documentário e um jogo de cartas de estratégia, no âmbito do campeonato intermunicipal ECOS Alto Minho adaPT, integraram esta ação piloto de sensibilização, que teve como principais destinatários cerca de 60 alunos e respetivos professores do 2º e 3º ciclos do ensino básico de algumas escolas dos municípios do Alto Minho.
O programa da iniciativa incluiu uma sessão de boas-vindas presidida pelo vice-presidente da CIM Alto Minho, Jorge Mendes, e subordinada ao tema "Paisagens e Alterações Climáticas”, para uma reflexão sobre o papel da comunidade escolar na valorização dos recursos naturais do Alto Minho num cenário de alterações climáticas; e a realização, em paralelo, de quatro atividades distintas. Assim, enquanto os alunos do 3º ciclo visitavam a exposição "Alto Minho: paisagens, espécies e histórias”*, de Hugo Morango, a instalação artística "Uma árvore na Paisagem”**, de Álvaro Campelo, ou assistiam ao documentário "Wild Side, o lado selvagem – Rewilding no Alto Minho”***, de Martin John Dale; os alunos do 2º ciclo disputavam a final do campeonato intermunicipal ECOS Alto Minho adaPT****, um jogo de cartas de estratégia sobre a temática das alterações climáticas no Alto Minho. Da parte da tarde, os alunos do 2º e 3º ciclos inverteram as atividades, terminando esta ação com uma sessão de entrega de prémios aos vencedores. 
Para os responsáveis da CIM Alto Minho, "esta ação piloto de sensibilização é uma oportunidade para conhecer os valores naturais existentes no território do Alto Minho, promover a sua valorização e uso sustentável; e debater os desafios que as manifestações de mudança climática aportam para a região e planear a sua adaptação, transformando-a numa região mais resiliente”. Pretende-se, agora, que a exposição, a instalação artística e o documentário circulem pelos dez municípios do Alto Minho.
De referir que, no âmbito da sua estratégia de atuação ao nível intermunicipal e no que concerne ao combate às alterações climáticas, a CIM tem já adotado algumas medidas de mitigação, em conjunto com os dez municípios do Alto Minho, nomeadamente através da adesão à iniciativa da Comissão Europeia "Pacto de Autarcas”; da intervenção nos sistemas de iluminação pública (instalação de tecnologia LED); da elaboração do programa de ação para o controlo das perdas nas redes de distribuição pública de água dos municípios; ou da modelação da cartografia de localização e integração dos riscos naturais, mistos e tecnológicos identificados para o território.
O projeto "Alto Minho School 4 All – Planos integrados e inovadores de combate ao insucesso escolar” é cofinanciado pelo PO Norte 2020/Fundo Social Europeu.

*Sobre a exposição "Alto Minho: Paisagens, Espécies e Histórias”
O ar que respiramos, os alimentos que comemos, a água que bebemos, o planeta ameno em que vivemos...
A dependência humana da biodiversidade é total e imemorial. Mas não é apenas uma dependência biológica, ela é também cultural: as crenças, os valores, os comportamentos e os objetos criados ao longo de gerações, permitem-nos entender e interagir com a natureza.
Neste espaço itinerante, aberto a curiosos de todas as idades, para além de painéis interpretativos existem quiosques multimédia dedicados às três temáticas da exposição (Paisagens, Espécies e Histórias), bem como um documentário e uma misteriosa arca interativa com 20 objetos.
Aqui revelamos a beleza da biodiversidade e a riqueza cultural do Alto Minho, como por exemplo: a orvalhinha, a lesma-do-mar, a salamandra-lusitânica, as mouras encantadas, a lenda do lagarto de Lamas de Mouro ou as maias.
Oferecemos uma perspetiva ecológica e social, mostrando algumas das espécies que habitam esta região, explorando uma grande variedade de paisagens e desvendando como os alto-minhotos se relacionam com este território e a sua biodiversidade.
Essencialmente, pretendemos inspirar todos a contemplar a natureza e a perceber que somos apenas mais uma espécie no planeta.

**Sobre a instalação artística "Uma árvore na Paisagem”
As árvores convivem connosco e fazem parte da história das nossas vidas. São um património natural, mas são, ao mesmo tempo, um património histórico e cultural. Há árvores que sempre as vimos junto das nossas casas, sempre festejámos debaixo dos seus ramos e sempre as tivemos nos largos e caminhos das terras do Alto Minho. Plantadas pelos nossos antepassados, e vindas, algumas delas, de terras distantes, contam estórias da ocupação do território e do gosto e amor dos que as plantaram, conservaram e protegeram.
Uma árvore atrai o olhar e obriga-nos a entender o sentido da sua presença. Mas as árvores vivem os mesmos problemas das nossas sociedades. Apesar de centenárias podem desaparecer por desleixo, pelos fogos, por interesses de pessoas que não reconhecem o seu valor. Destruir uma árvore destas é destruir a vida; é destruir a relação histórica com a natureza; é causar dor a quem sempre as viu como algo familiar e próximo.
Esta exposição é uma instalação artística que conjuga informação sobre as árvores patrimoniais do Alto Minho com uma experiência visual do mundo das árvores. Através de elementos audiovisuais e algumas provocações materiais, o visitante confronta-se com a natureza e com a generosidade das árvores. Elas dão-nos a imersão na beleza da paisagem, dão-nos frutos, dão-nos madeira, dão-nos prazer. 
Se as árvores são a poesia da natureza, geram vida, então a poesia que fala das árvores será projetada e continuamente criada, como que eternizando a fecundidade. Através da tecnologia informática, as árvores eternizam-se na poesia generativa que fala sobre elas. 
Pretende-se comunicar, com esta instalação, as múltiplas faces patrimoniais que uma árvore provoca. O objetivo é que as crianças e os adultos se confrontem com a mensagem e compreendam o valor deste património e os riscos do seu desaparecimento.

***Sobre o documentário "Wild Side, o lado selvagem - Rewilding no Alto Minho”
O Alto Minho é a NUT III da Região Norte com maior percentagem de áreas protegidas e classificadas, distinguindo-se pela concentração e diversidade de espaços protegidos e classificados num território relativamente pequeno, que abrange, nomeadamente, espaços classificados em montanha, em planalto, em rio, em estuário e no litoral, vários deles com partilha e reconhecimento internacional.
As comunidades locais e as autarquias têm um papel essencial na conservação da biodiversidade e na gestão de processos de assilvestramento (rewilding).
Este documentário - dividido por capítulos como Terra, Pedra, Água, Ouro, Lobos, e Lendas - explora várias iniciativas em curso para assegurar a biodiversidade do território.
Sabia que o Alto Minho…
… possui uma grande quantidade de gravuras rupestres de arte atlântica?
… tem ecovias consideradas entre as melhores da Europa?
… desenvolve iniciativas para aumentar a presença de espécies autóctones?
… alberga várias espécies de flora e fauna ameaçadas ao nível europeu?
… tem alimentos e frutos que são típicos da região e que estão a ser alvo de iniciativas de proteção, valorização e promoção?
… mantém vivas muitas lendas através das tradições locais?

****Sobre o campeonato intermunicipal ECOS Alto Minho adaPT
"Nenhum país está imune às alterações climáticas. E nenhum as pode enfrentar sozinho…” Por isso, "ou nos preparamos hoje para as alterações climáticas, ou pagaremos um preço devastador amanhã” - palavras proferidas pelo comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, aquando da sua intervenção na European Climate Change Adaptation conference – ECCA. 
Presentemente existe um consenso quanto à inevitabilidade das alterações climáticas, decorrente do aumento da concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera.
Cenários climáticos projetam, para Portugal Continental, um aumento da temperatura, uma alteração do regime de precipitação e um aumento da frequência das secas e de ondas de calor… com consequências profundas e transversais, a vários níveis, em diversos sectores socioeconómicos e sistemas biofísicos – recursos hídricos, zonas costeiras, agricultura, saúde humana, energia, florestas, biodiversidade e recursos marinhos.
Estas alterações climáticas constituem um desafio que é necessário enfrentar de forma estruturada, de modo a prevenir os seus efeitos, capitalizar os seus benefícios e reduzir riscos e perdas.
O jogo de estratégia "ECOS Alto Minho adaPT” pretende, precisamente, recriar esta realidade. 
Nele os jogadores são agentes sociais que tanto podem apresentar propostas que respondem aos impactos (negativos e/ou positivos) das alterações climáticas no respetivo território (representado por ativos de natureza, comunidades e atividades), como podem adotar estratégias de mitigação e de adaptação a fim de tornar o seu território progressivamente mais resiliente. 
Recorrendo a uma abordagem lúdico-didática pretende-se, assim, alertar para as consequências das alterações climáticas; sensibilizar para a importância da implementação de medidas de mitigação e de adaptação; mas, acima de tudo, despertar mentalidades, estimular curiosidades e mobilizar, miúdos e graúdos, para a ação… afinal, não há nenhum planeta B!

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