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Monção foi a segunda paragem da viagem no tempo pelo Alto Minho

2018-04-09

A segunda paragem da "viagem no tempo” pelo Alto Minho decorreu no passado sábado, 7 de abril, em Monção. A porta foi aberta à civilização castreja, com uma conferência sobre o tema e uma visita ao Castro de S. Caetano, em Longos Vales, tendo terminado com uma performance que juntou à volta do tema a arte e a ciência.

A conferência mostrou aos participantes a presença marcante da civilização castreja no Noroestes Peninsular, e de forma específica no Alto Minho. Uma região que, segundo Álvaro Campelo, do Centro Cultural do Alto Minho, tem bem marcada a presença castreja: "Não há um concelho do Alto Minho que não tenha um castro.” Com este ciclo de conferências, pretende-se dar a conhecer a diversidade cultural e a riqueza patrimonial do Alto Minho, desde o paleolítico e arte rupestre – já abordados na primeira conferência, que decorreu no passado mês em Caminha – até ao contemporâneo. 

Na sessão de abertura da conferência, o presidente da Câmara de Monção, António Barbosa, elogiou o projeto "Alto Minho 4D: Viagem no Tempo”, considerando-o "uma aposta muito acertada da CIM Alto Minho, no sentido de promover uma viagem no tempo entre Melgaço e Viana do Castelo”. O autarca reforçou a necessidade de promover o território do Alto Minho como um todo, e explicou: "Nós não podemos querer vender Monção de uma forma isolada, quando temos um conjunto de oferta muito variada em toda a nossa envolvência, que pode fazer com que o turista venha, fique e queira voltar.” António Barbosa considerou também assertiva a escolha da temática dos Castros para a porta de Monção, destacando o Castro de S. Caetano, o mais emblemático do concelho, e que se pretende que, no futuro, e ao abrigo deste projeto, esteja aberto ao público todos os dias, com "uma aposta reforçada na parte técnica e de investigação”. 

Paralelamente à conferência, um grupo de sketchers contava em desenhos as histórias e pormenores do património de Monção, no âmbito da ação "Sketching com História”, inserida no mesmo projeto. Eduardo Belga, aluno de Doutoramento em Artes Plásticas, na Universidade do Porto, foi um dos que aceitou o desafio e viajou do Porto até Monção na busca de matéria que despoletasse a sua criatividade. A ação "Sketching com História” serviu de pretexto para este brasileiro visitar, pela primeira vez, a vila de Monção. "A vista sobre o rio chamou logo a nossa atenção”, contou-nos no início da sua chegada, acompanhada de dois outros colegas: Evandro e Najla. O primeiro encantou-se pela "junção da arquitetura com a natureza”, enquanto a companheira realça a arquitetura histórica das casas e restante património. 

O projeto "Alto Minho 4D – Viagem no Tempo” vai dinamizar uma atividade por mês, passando pela sede de concelho de cada um dos dez municípios do distrito de Viana do Castelo. Depois da primeira passagem por Caminha, e desta paragem em Monção, o projeto prossegue em Ponte de Lima, no dia 5 de maio, com a "Rota do Romano”; Ponte da Barca, no dia 16 de junho, com a "Rota do Românico”; Valença, no dia 22 de setembro, com a "Rota dos Castelos e Fortalezas”; Melgaço, no dia 20 de outubro, com a "Rota dos Mosteiros”; Viana do Castelo, no dia 17 de novembro, com a "Rota dos Descobrimentos”; Arcos de Valdevez, no dia 8 de dezembro, com a "Rota do Barroco”; Paredes de Coura, no dia 12 de janeiro de 2019, com a "Rota da Arquitetura Tradicional”; e termina em Vila Nova de Cerveira, no dia 9 de fevereiro 2019, com a "Rota do Contemporâneo ao Futuro”. 

Deste projeto da CIM Alto Minho faz também parte a atividade performativa "Portas do Tempo”, que implica a dinamização de ações performativas sobre cada um dos temas analisados a cada mês. As atividades performativas são dinamizadas pelas Comédias do Minho e pelo Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana, que vão promover dez visitas performativas, a realizar uma vez por mês num espaço icónico de cada uma das rotas, proporcionando um "conhecimento prático” desta viagem no tempo. Em Monção, devido às condições climatéricas, a ação performativa decorreu no Cineteatro João Verde e não no Castro de S. Caetano, como inicialmente agendado. 

O projeto "Alto Minho 4D – Viagem no Tempo” foi aprovado pelo Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020, no domínio do "Património Cultural”, e pretende criar uma rede de dez rotas/ itinerários cronológicos culturais baseados na história e nos bens patrimoniais do Alto Minho. Com esta iniciativa intermunicipal, cada um dos concelhos do Alto Minho encabeçará uma dessas rotas que funcionará como o "portal” de acesso a uma "estação do tempo” (um núcleo museológico que funcionará num determinado espaço físico), que irá dispor de uma série de valências e no qual se apresentará uma sequência de recursos patrimoniais alusivos a essa rota e a serem visitados não só nesse concelho, mas em todo o território, promovendo-se um circuito (touring) cultural pelo Alto Minho e, consequentemente, a mobilidade turística na região.

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